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2012 - Livro Vermelho 2013

Lychnophora ericoides Mart. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 21-03-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie ocorrenos Estados de Goiás, Distrito Federal, Bahia, Minas Gerais e São Paulo com EOOde 423.832 km² e AOO de 264 km², em mais de 10 locais em situação de ameaça.Habita o Cerrado nos campos rupestres, entre 700 e 1500 m de altitude. Emboraencontrada em unidades de conservação (SNUC) e fora dos parâmetros de vulnerabilidade,seu habitat vem sofrendo degradação e diminuição por atividades antrópicas comoa mineração, a expansão urbana, o turismo descontrolado,a agricultura, a criação de gado e as queimadas.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Lychnophora ericoides Mart.;

Família: Asteraceae

Sinônimos:

  • > Lychnophora proteaeformis ;
  • > Lychnophora cinerea ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie muito próxima de L. pinaster, se diferenciando desta principalmente por características do hábito, indumento e da morfologia foliar (Semir et al., 2011).

Potêncial valor econômico

Apresenta atividade analgésica, antioxidante, anti-inflamatória, antipirética, antiedematogênica e antinociceptiva (Semir et al., 2011).

Distribuição

Ocorre na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e São Paulo (Loeuille, 2010; 2011).

Ecologia

Arbusto a arvoreta, perene, encontrada em campos rupestres e cerrado com habitats xéricos, pedregosos em que predomina o estrato herbáceo. Fértil durante o ano todo, polinizado por insetos e dispersado pelo vento (Borges, com. pessoal).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes Harley (1995) indica como principal ameaça à região do Pico das Almas o desenvolvimento de atividades agrícolas para a formação de pastagens e cultivo de frutas; em geral, estas atividades têm sido realizadas com a utilização de fogo e extração ilegal de madeira e lenha. Além disso, foi registrado também o extrativismo ilegal de plantas ornamentais.

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Espinhaço é marcado, em praticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada à extração de ouro ou diamantes e atividades associadas. No entanto, com o declínio das jazidas no final do século XIX, as cidades perderam importância e várias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo sua principal atividade econômica. Outras estão resignadas a atividades em pequena escala, como a agricultura de subsistência e o extrativismo. Devido à topografia irregular e ao solo impróprio para agricultura, os campos rupestres não parecem sofrer pressão antrópica acentuada. No entanto, estão sujeitos a queimadas frequentes. Em alguns pontos, estão sendo substituídos por monoculturas de eucaliptos e pinheiros. Em outros, principalmente próximos aos centros urbanos, o aumento no número de casas de veraneio e pousadas é surpreendente. São comuns também a coleta de toneladas de capítulos de sempre-vivas (principalmente Eriocaulaceae e Xyridaceae) para exportação, a retirada de orquídeas, cactos e bromélias para cultivo e a extração de diferentes espécies de canelas-de-ema (ou candombás) resinosas para combustível. Muitas dessas populações são pequenas e a retirada de indivíduos nesses casos pode reduzir significativamente e de maneira irreversível sua variabilidade, podendo desencadear um processo que culminará com sua extinção. a interferência humana nas comunidades dos campos rupestres, portanto, não é desprezível e já tem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica em populações de plantas do espinhaço. O grande número de espécies vegetais exclusivas dos campos rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível. Suas espécies microendêmicas são muitas vezes representadas apenas por pequenas populações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturais ou provocados pelo homem. Portanto, os campos rupestres são intrinsicamente ricos em espécies vulneráveis e necessitam de proteção especial. A consciência de que a flora das serras do espinhaço deve ser conservada não é recente e tem sido reforçada a cada novo levantamento. ainda são poucos os estudos capazes de estabelecer prioridades para a conservação da biodiversidade nos campos rupestres. Apesar de importantes, várias unidades de conservação (SNUC) não representam toda a heterogeneidade biológica regional e não possuem uma configuração ideal para conservação e manejo efetivo de sua biodiversidade. Para se proteger os campos rupestres é imprescindível conhecer as espécies que ali ocorrem e como elas estão distribuídas (Rapini et al., 2008).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Citada no Anexo I da Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (MMA, 2008) e na Lista da Biodiversitas de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção na categoria "Vulnerável" (VU) (Biodiversitas, 2005).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Vulnerável" (VU) na Lista Vermelha da flora ameaçada de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Serra do Cipó, Santana do Riacho - MG; P.E. Pico do Itambé, Santo Antônio do Itambé - MG; PARNA Serra da Canastra, São Roque de Minas - MG; P.E. Serra do Cabral, Buenópolis - MG; PARNA Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso - GO (Loeuille, 2011).

Referências

- SEMIR, J.; MONGE, M.; REZENDE, A.R.; LOPES, N.P. As Arnicas Endêmicas das Serras do Brasil - uma visão sobre a biologia e a química das espécies de Lychnophora (Asteraceae). Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, 2011.

- HARLEY, R.M. Introdução. In: STANNARD, B.L.; HARVEY, Y.B.; HARLEY, R.M. Flora of the Pico das Almas, Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens (KEW), p.1-78, 1995.

- COILE, N.C.; JONES JR., S.B. Lychnophora (Compositae, Vernonieae), a genus endemic to the Brazilian Planalto, Brittonia, v.33, p.528-542, 1981.

- LOUEILLE, B. Lychnophora albertinioides in Lychnophora (Asteraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB111341>.

- RAPINI, A.; RIBEIRO, P.L.; LAMBERT, S.; PIRANI, J.R. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço., Megadiversidade, n.1-2, p.16-24, 2008.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- LOUEILLE, B.F.P. Towards a phylogenetic classification of Lychnophorinae (Asteraceae: Vernonieae). Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

Como citar

CNCFlora. Lychnophora ericoides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Lychnophora ericoides>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 21/03/2012 - 14:49:10